Por volta de 25% das raças bovinas do mundo estão em risco de extinção e isso tem preocupado a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Há cinco anos, a FAO classificou a taxa de extinção destas raças como “alarmante”, pois estes animais têm um papel importante no combate à fome no mundo. E, quem possui estes recursos genéticos, podem ajudar a mitigar os efeitos do aquecimento global. A FAO pediu que a comunidade internacional adotasse um plano de ação global para proteger a oferta de alimentos mundial.
Semana passada, a FAO cobrou progresso na campanha de redução da diversidade genética. Representantes de 100 países em Roma participaram do Grupo de Trabalho Técnico Intergovernamental em Recursos Geneticos Animais para Alimentos e Agricultura, para revisar a implementação do Plano de Ação Global para Recursos Genéticos Animais, adotado em 2007.
Relatórios de 80 países sobre a implementação desse plano sugere que muitos governos estão colocando programas em execução para reverter o declínio nos números de raças bovinas naturais. Uma lacuna substancial, entretanto, precisa ser resolvida, disseram os representantes. “As boas notícias são que, em média, os países que enviaram os relatórios implementaram por volta de 50% das ações acordadas no Plano Global de Ação”, disse a chefe do Braço de Recursos Genéticos Animais da FAO, Irene Hoffman. Porém, de acordo com o divulgado pela FAO, o progresso tem sido mais marcado nos países desenvolvidos, com muitos países na África, Oriente, América Latina e Caribe ainda ficando para trás.
O Oriente Méido e norte da África são considerados como berços da diversidade pecuária, disse a FAO. Foi aí que várias espécies, incluindo bovinos, ovinos, caprinos e dromedários, foram primeiramente domesticados. A África, que seus ambientes diversos tropical e subtropical, é outro importante hotspot de diversidade.
As raças nativas são importantes na agricultura, porque são adaptadas para condições locais frequentemente desfavoráveis, contêm material genético único importante para programas de cria e são frequentemente meio de subsistência para as famílias pobres, porque são mais fáceis de manter do que as raças exóticas. Em um mundo ameaçado pela mudança climática, as raças que são resistentes à seca, calor extremo e doenças tropicais estão entre as de maior potencial.
De acordo com os últimos dados disponíveis, cerca de 22% das raças bovinas do mundo são classificadas como estando sob risco de extinção. “Existem cerca de 45 países que estão preparando, ou já prepararam, estratégias nacionais e planos de ação para seus recursos genéticos animais e cerca da metade deles são países em desenvolvimento”, disse Hoffman.
Os Governo da Alemanha, Noruega e Suíça contribuem com mais de US$ 1 milhão para uma Conta Fiduciária da FAO para apoiar a implementação do Plano Global de Ação. A FAO anunciou os primeiros oito projetos envolvendo 22 países para melhorar o manejo dos recursos genéticos animais.