O Peru se tornou ontem o primeiro país da América do Sul a proibir a carne bovina brasileira devido ao caso "não clássico" da doença da "vaca louca" confirmado no início de dezembro pelo Ministério da Agricultura. Pouco relevante para o fluxo desse comércio, o Peru também se tornou o 9º mercado a oficializar algum tipo de embargo à carne do Brasil por conta do mal.
O Ministério da Agricultura recebeu a notificação do governo do Peru na tarde de ontem, mas a nova restrição já era tratada como oficial desde o início do dia pelas autoridades brasileiras, já que a informação já constava no Diário Oficial do Peru. O veto é válido por 90 dias e para todos os Estados do Brasil.
Assim como ocorreu com os outros oito países que levantaram barreiras contra a carne brasileira, o embargo peruano também tende a ter pouca repercussão nos negócios dos frigoríficos brasileiros. Em 2012, o Peru contribuiu com menos de 1% das exportações de carne bovina do Brasil, que somaram 1,1 milhão de toneladas até novembro.
Mas o embargo peruano não foi o único revés do dia para o segmento. Um dez maiores compradores da carne brasileira, o Líbano confirmou ao Ministério da Agricultura, na tarde de ontem, que de fato vetou a carne do Paraná. Pouco expressiva por atingir apenas a acanhada produção paranaense, a restrição fora revelada na quarta-feira pela Embaixada do Líbano no Brasil.
Com as notificações oficiais, Peru e Líbano engrossam a lista de países que se juntaram a Japão, China, Coreia do Sul, África do Sul, Arábia Saudita, Taiwan e Jordânia, sendo que este último também só vetou a carne bovina do Paraná. Somados, esses oito mercados representam cerca de 5% das exportações de carne bovina do Brasil.
Mas as exportações de carne bovina não são as únicas afetadas. Um dos principais focos de contaminação do gado, a farinha de carne e ossos brasileira está proibida no Chile. O produto é usado na produção de ração para animais de estimação.