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“Vaca louca” tem efeito limitado no mercado financeiro

 

Um mês após o Brasil comunicar ao mundo a primeira ocorrência de "vaca louca" de sua história, a repercussão do caso para os frigoríficos de carne bovina é praticamente nula. Ao que parece, o mercado de ações se recuperou do susto inicial com a notícia da temida doença. No comércio exterior, as barreiras até agora levantadas se restringem a mercados pouco representativos, incapazes de prejudicar o momento favorável das exportações de carnes brasileiras.
 
Na BMF&Bovespa, as ações dos frigoríficos caíram nos primeiros dias após a divulgação da doença. A empresa mais penalizada foi a Minerva Foods, terceiro maior frigorífico de carne bovina do país. Entre 6 e 12 de dezembro, ações da companhia desabaram 10,9%. Na mesma comparação, a JBS caiu apenas 1,9%. Na Marfrig, os papéis recuaram até o dia 11 de dezembro, acumulando baixa de 3,5%.
 
A magnitude da queda da Minerva nos primeiros dias é explicada por sua exposição à produção de carne bovina no Brasil - maior parte da sua receita vem do abate realizado aqui. Além disso, o frigorífico é o único que não atua em outras proteínas, como carne de frango e suína. A dependência das exportações para a empresa também determinou o queda. A Minerva obtém cerca de 70% de sua receita com as vendas ao exterior.
 
Mas os investidores se acalmaram, as perdas dos primeiros dias na bolsa foram zeradas e os frigoríficos encerraram o primeiro mês após a confirmação do caso de "vaca louca" no campo positivo. Nos 30 dias encerrados ontem, as ações da Minerva Foods subiram 3,42%; as da JBS, 8,72% e as da Marfrig, 6,98%.
 
Nas exportações, os números também são favoráveis. Em dezembro, o Brasil obteve US$ 389,1 milhões com as vendas externas de carne bovina in natura, crescimento de 24,1% sobre o montante registrado no mesmo mês de 2011, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em volume, somaram 83,7 mil toneladas no mês passado, 32,6% superior ao verificado em dezembro de 2011.
 
O salto das exportações demonstra que os embargos tiveram pouco efeito. Até agora, Japão, China, Coreia do Sul, Peru, África do Sul, Arábia Saudita e Taiwan proibiram a entrada de carne de todo o território brasileiro. Jordânia e Líbano vetaram a do Paraná. Juntos, esses mercados representam cerca de 5% das exportações do país.
 
Sendo assim, as perspectivas para os frigoríficos brasileiros de carne bovina continuam positivas. Num estudo recente, o Rabobank traçou um cenário favorável, com forte demanda por exportações, alta dos preços da carne bovina e ampla oferta de boi gordo. Nas exportações, o Brasil é beneficiado pela debilidade dos EUA e da União Europeia, que convivem com restrição de oferta de carne.
 
Para o Rabobank, os problemas na oferta global de carne bovina devem beneficiar o consumo de frango neste ano. Depois de sofrerem em 2012 com a forte alta dos grãos usados na ração animal, empresas como BRF- Brasil Foods e Seara (do grupo Marfrig) viraram o ano com os preços de seus produtos em patamares recordes. Em contrapartida, farelo de soja e milho apresentam tendência de leve queda, segundo o banco holandês. Se forem disciplinadas no aumento de produção e as exportações se aceleraram, 2013 será positivo.
 
 


Fonte: Da Redação com informações do Valor Econômico
Data: 08/01/2013 11:33



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