A alta de 0,79% na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro foi a maior taxa para o mês desde 2004, quando ficou em 0,86%, informou a pouco, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro de 2011, a inflação tinha sido de 0,50%.
Como resultado, o índice acumulado em 2012 fechou em 5,84%, superando o centro da meta estipulada pelo governo, de 4,5%. No entanto, ainda ficou abaixo do IPCA acumulado em 2011, que foi de 6,50%.
A aceleração da inflação oficial, medida pelo IPCA, nos últimos meses de 2012 foi causada pelo aumento nos preços dos alimentos, segundo o IBGE. A taxa no IPCA foi aumentando gradualmente desde agosto, quando estava em 0,41%, até dezembro, quando atingiu 0,79%. "Aceleração da inflação nos últimos meses de 2012 foi pressionada pelos aumentos nos alimentos, basicamente causados por problemas climáticos", afirmou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
No ano, a alta no IPCA ficou em 5,84%, com a maior pressão vinda do grupo Alimentação e bebidas, que subiu 9,86%, acima da variação de 7,18% em 2011. O grupo é responsável por 23,93% do orçamento das famílias. Portanto, embora não tenha registrado a maior variação em 2012, teve o maior impacto sobre a inflação do ano, de 2,27 pontos porcentuais, o equivalente a 39% da taxa do IPCA de 2012.
Exerceram pressão os alimentos consumidos fora do domicílio, com elevação de 9,51% no ano, após a alta de 10,49% de 2011. O item refeição fora do domicílio aumentou 8,59% em 2012, o segundo principal impacto individual no IPCA do ano, o equivalente a 0,41 ponto porcentual. Mas todos os itens relativos à alimentação fora de casa aumentaram, ressaltou o IBGE.
Os alimentos consumidos no domicílio ficaram 10,04% mais caros em 2012, principalmente devido a problemas climáticos. A alta em 2011 tinha sido de 5,43%. Na direção oposta, pesaram menos no bolso do consumidor o açúcar cristal (-8,74%) e o refinado (-3,22%) e as carnes (-0,67%).