O ministério da Agricultura irá apresentar para aprovação do serviço veterinário russo um manual de procedimentos de certificação, em reunião durante a Semana Verde Internacional, feira agropecuária que acontece em Berlim, de 16 a 19 de janeiro. O documento mostra como o serviço de inspeção sanitária do Brasil atua em todas as etapas do processo de criação e abate de animais para exportação de acordo com as normas da Rússia para a exportação de carne bovina ao país.
Esta deve ser a última carta na manga do governo brasileiro para que a Rússia retire a restrição às carnes dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. O embargo aos frigoríficos destes estados completa 19 meses no próximo dia 15.
Marques deve embarcar para Berlim na segunda-feira, 14, e reunir-se com os russos nos dias 16 e 17. Já Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do Mapa e José Carlos Vaz, secretário-executivo da pasta, devem se encontrar com os ministros que participam da feira.
“O que temos que fazer é acertar a certificação, que tem que atender à União Aduaneira. Em relação a outras questões, já entregamos tudo. Eles já visitaram as plantas e os 20 planos de ação foram entregues a eles”, afirma o secretário de defesa agropecuária do Mapa, Ênio Marques. Os planos de ação contém as ações de cada planta para corrigir as observações feitas pelas autoridades russas após a visita, em agosto de 2012.
No final do ano passado o Mapa chegou a anunciar que o embargo havia sido suspenso, mediante a condição de não uso de ractopamina, cujo protocolo de uso para suínos já está com os russos para análise, e a certificação da produção de carne bovina e aprovação dos planos de ação. Contudo, as a três questões seguiram pendentes.
O uso de beta agonistas também deve ser debatido, embora deva se restringir à ractopamina para os suínos. No caso do uso em bovinos, o Brasil suspendeu a comercialização de dois produtos que já estavam aprovados para chegar ao mercado, garantindo, assim, que não há uso das substâncias promotoras de crescimento. Desta forma, não encontra problemas para embarcar o produto para os russos e para os europeus.
A liberação da venda dos beta agonistas no Brasil depende da elaboração de um protocolo de segregação, liderada pela CNA, que deve determinar como será a comercialização e produção de animais que utilizem estas substâncias. “Não recebemos nada. E nós também precisamos estabelecer a definição de confinamento, por meio de normativa, uma vez que o uso do produto está restrito a este sistema.”