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Comportamento favorável de matérias-primas agrícolas puxa desaceleração do IGP - DI

 

A desaceleração da inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) em janeiro ante dezembro, quando passou de 0,66% para 0,31%, está diretamente relacionado ao comportamento mais favorável das matérias-primas agrícolas, informou o coordenador de Análises Econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros. Para ele, parte disso já está refletido na alimentação da indústria, mas muito pouco chegou ao varejo. 
 
A expectativa do economista, no entanto, é que os preços ao consumidor, que ainda estão pressionados pelo grupo alimentação, invertam a trajetória ao longo de fevereiro. A tendência, disse ele, é que o IGP-DI desacelere na passagem do primeiro para o segundo trimestre. 
 
"Hoje, vemos que o câmbio não irá subir e talvez até caia um pouco. Este foi um fator relevante na taxa dos IGPs do ano passado e que já justifica uma taxa menor dos índices neste ano. Sem falar que o ano passado começou com quebra de safra. Esperamos, pelo contrário, safra recorde de soja em 2012", ressaltou o economista do Ibre/FGV. Ele acredita que, o indicador de fevereiro ainda irá captar uma taxa na margem superior à do ano passado para, em seguida, começar a desacelerar. 
 
Apesar da expectativa que os preços percam ritmo nos próximos meses, o economista demonstra preocupação com a meta de inflação. "Está ficando difícil combater a inflação. Neste ano, tem a queda de energia elétrica. Se não tivesse isso, a inflação seria maior do que a do ano passado. O mercado de trabalho muito bom não sinaliza nada ligado a recessão. Ao mesmo tempo, os números do PIB são decepcionantes. O que deve ser feito não é uma resposta fácil", afirmou Quadros. 
 


Fonte: Agência Estado/FGV
Data: 05/02/2013 15:24



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