A pecuária está otimista, mas é um "otimismo controlado". Os preços estão em alta, os custos são menores e a margem de rentabilidade deverá superar a de 2012. A avaliação é de Eduardo Biagi, presidente da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). Ele acredita em uma manutenção da alta nos preços da arroba porque o consumo interno está bom e as exportações crescem neste ano.
José Vicente Ferraz, da Informa Economics/FNP, também acredita em melhora na rentabilidade. Exemplo disso é que o preço atual da arroba, apesar do início de safra, supera R$ 100 em São Paulo. "É um cenário melhor do que se esperava", diz. O preço médio deste ano deve permanecer um pouco acima do de 2012 e os custos realmente podem ser menores no que se refere a grãos. Mas os demais custos continuam pressionando. Entre essas pressões, Ferraz destaca os salários, devido à escassez de mão de obra no setor.
Apesar de margem maior na pecuária, ela será inferior à trazida por soja e milho. Isso leva um número maior de pecuaristas a adotar também a agricultura, diz ele.
Para Biagi, pecuária não se restringe a preço, mas também a qualidade. Indústria e produtor têm de estar envolvidos em políticas inteligentes na melhoria da qualidade da carne e do mercado. O problema é a desunião entre os pecuaristas, o que dificulta as negociações. Há entidades, como a Acrimat [de MT] e outras, que funcionam bem, mas são regionais, diz.
Biagi afirmou ontem, em São Paulo, que a 79ª Expozebu, que será realizada no início de maio em Uberaba (MG), vai destacar a importância do zebu para a cadeia produtiva da carne e do leite.