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Cadeia da carne terá reflexos da greve dos fiscais agropecuários

 

Em uma semana a cadeia de carnes sentirá o reflexo da greve dos fiscais agropecuários que começou nessa segunda-feira (06) em todo o país. A Avaliação é do secretário-executivo do Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), Jovenino Borges, destacando que o abate pode ser reduzido, mas o mercado interno está saturado e o volume que sai do Estado é muito grande. “Consumo não aumenta de um dia para outro”.

Na opinião do presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, o impacto no setor ocorrerá em um prazo maior. Segundo Bernardes, o que pode ocorrer é que os frigoríficos parem de operar e isso represente uma interrupção momentânea. “Preocupação é com a duração da greve e não a realização dela”. Até porque, conforme Bernardes, os servidores federais deverão teoricamente manter um mínimo obrigatório em atividade para que o movimento não seja declarado ilegal.

Os 86 fiscais federais agropecuários de Mato Grosso são responsáveis por toda a inspeção e certificação da carne exportada e importada pelo Estado e esse serviço está 100% paralisado desde essa segunda-feira (6). Segundo o delegado do Sindicato dos Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical), Nilo Silva do Nascimento, 20% dos serviços foram mantidos, dentre eles a inspeção de carne para o consumo interno e a apuração de denúncias, como as relacionadas à comercialização de sementes irregulares e venda de agrotóxicos fraudados. De acordo com ele, a população não deve ser afetada pelos serviços paralisados. 
“Já exportação e importação são voltadas para o grande empresário, que consegue ter voz e atuar como interlocutor junto ao governo”.

Acreditando que a greve levaria mais tempo para começar, o diretor - executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues, lamenta o novo problema a ser enfrentado pelos suinocultores, que vivenciavam um pouco de melhora nos preços e agora serão onerados. “Cadeia pode apoiar, mas será lesada neste momento em que havia possibilidade ter as exportações realizadas”. Reflexo na agricultura também ocorrerá.

Num primeiro momento haverá impedimento de importação de insumos e fertilizantes, que precisa de liberação do órgão no Estado. De 1º de janeiro a 03 de agosto, a Superintendência autorizou a entrada de cerca de 1,978 milhão de toneladas desses produtos, e atualmente 8 mil toneladas estão com os pedidos suspensos. Os insumos deverão ser utilizados nas lavouras de soja e algodão da próxima safra, que começam a ser plantadas em 2 meses.

Para Daniel Latorraca, gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea), ainda é muito cedo para avaliar o prejuízo, que dependerá do quanto a greve se estender. Se perdurar, pode atrasar o plantio afetando a 2ª safra. Antes disso, os agricultores devem ter problemas no embarque com retenção nos portos, onde o serviço dos fiscais também está parado. 



Fonte: Portal Agrolink/RS
Data: 09/08/2012 15:24



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