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Lacre eletrônico será testado por 10 frigoríficos
Nos próximos 30 dias, uma planta de cada um dos 10 associados originais da Associação Brasileira de Indústria Exportadora de Carne (Abiec) começará a utilizar o lacre eletrônico para o transporte de cargas de carne bovina com destino ao porto de Santos. Devem participar BRF, Cooperfrigu, Frialto, Frigol, Frisa, JBS, Marfrig, Mataboi, Minerva e Rodopa.
Este será o início oficial do projeto de uso do lacre eletrônico para acelerar o processo de exportação e reduzir o tempo gasto com trâmites burocráticos na liberação de cargas. A expectativa do Ministério da Agricultura é de que o sistema, batizado de Canal Azul, seja implementado em definitivo dentro de um ano.
A iniciativa é resultado de parceria entre a Abiec, o Mapa, o Instituto de Tecnologia de Software, a Ceitec - empresa pública federal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia e é a única na América Latina capaz de produzir semicondutores (chips) em escala comercial - e a Escola de Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e conta com financiamento de R$ 900 mil nesta primeira fase, vindos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Nesta semana, a Abiec apresentou resultados dos testes realizados em setembro do ano passado. Foram feitas 174 medições de tempo durante duas semanas com cargas que foram transportadas do JBS de Lins até o Porto de Santos. Os resultados mostraram ser possível reduzir em 57 horas o tempo entre a chegada dos contêineres no porto e a liberação dos mesmos para embarque. A expectativa inicial era de que esse período fosse reduzido em 24 horas.
"Conseguimos acelerar o processo com o Mapa. Mas a ideia é de que o contêiner não precise de liberação quando chegar ao porto, pois quem valida o lacre também é um fiscal federal agropecuário, e as informações poderiam ir diretamente para a Polícia Federal", projeta o secretário-executivo da Abiec, Fernando Sampaio. Hoje, quando um contêiner chega ao porto é preciso fazer a chamada presença de carga, que consiste em informar o despachante, que informa a Receita Federal, que libera a carga.
O investimento dos frigoríficos nos lacres eletrônicos, segundo Sampaio, é baixo se comparado à economia que será feita com a redução do tempo das cargas nos portos. A projeção é de que, apenas com a carne bovina, as indústrias deixem de gastar R$ 15 milhões por ano com a energia elétrica utilizada na refrigeração dos contêineres.
Segunda etapa - Hoje, terça-feira, 7, será apresentado para a Finep o pedido para o financiamento da segunda etapa do projeto, estimado em R$ 1,8 milhões. A nova fase inclui a integração das informações armazenadas no chip com os demais órgãos da cadeia produtiva, como a Receita Federal e a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA). Também está previsto o cálculo da economia que a automação pode trazer para o chamado custo Brasil.
Inicialmente, os frigoríficos que utilizarem o sistema terão que importar os chips. "Mas a ideia é fazer com que o Ceitec possa fornecer o produto para a cadeia produtiva nacional", explica o professor Eduardo Dias, coordenador do Grupo de Automação Elétrica em Sistemas Industriais e Portuários, da Escola Politécnica da USP.
Como funciona:
1 - O contêiner é lacrado e as informações são cadastradas na Plataforma de Gestão da Cadeia Segura - Canal Azul
2 - As informações são repassadas para o Vigiagro automaticamente, que checa os dados e libera a carga
3 - Ao chegar no Porto, a carga é conferida com um celular com um aplicativo instalado que faz a leitura das informações da carga.
Fonte:
ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne
Data:
07/05/2013 09:34
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