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CEPEA: Exportações do agronegócio brasileiro avançam em 2013
No primeiro trimestre de 2013, o faturamento em dólar das exportações do agronegócio brasileiro cresceu 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi obtido mesmo com a redução de 8% dos preços externos, já que essa perda foi mais que compensada pelo avanço de 19% do volume embarcado, principalmente de produtos do complexo sucroalcooleiro, milho, café, suco de laranja e carne bovina. O câmbio real teve desvalorização de 5%, mas isso não foi suficiente para manter a atratividade das exportações brasileiras, que diminuiu 3% no primeiro trimestre de 2013 frente a igual período de 2012.
De 2000 a 2013, os preços em dólares (IPE-Agro/Cepea) dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro cresceram 101,86%. A tendência de aumento é observada em todo período, com pequena queda em torno de 2002, entre 2008 e 2009 e início de 2013. Especificamente no primeiro trimestre deste ano, os preços externos tiveram redução de quase 7%, comparativamente à média do ano de 2012 .
A taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC-Agro/Cepea) se valorizou praticamente em todo o período: 53% na comparação de 2013 com 2000. Observe-se, a propósito, que a moeda nacional se manteve mais estável em termos reais nos últimos três anos.
Os preços em reais, que representam a atratividade das exportações nacionais (IAT-Agro/Cepea), diminuíram aproximadamente 4% desde 2000. O volume exportado (medido pelo IVE-Agro/Cepea), por sua vez, apresentou crescimento de quase 160%.
Desempenho das exportações do agronegócio brasileiro em 2012 e 2013
Comparando-se o desempenho de março de 2013 ao de março de 2012, constata-se que o volume exportado pelo agronegócio brasileiro apresentou crescimento de 6,5%. Na comparação trimestral (jan-mar/13 frente a jan-mar/12), o avanço foi de quase 19%.
Os preços em dólares dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro (IPE-Agro/Cepea) iniciaram trajetória de queda a partir de maio de 2012, quando haviam atingido o maior patamar da série. A queda prosseguiu até janeiro, a partir de quando os preços passaram a se recuperar.
Quanto ao Índice da Taxa de Câmbio Efetiva Real do Agronegócio (IC-Agro/Cepea), há estabilidade entre janeiro de 2012 e março de 2013. Nesse período, a moeda nacional apresentou ora pequena valorização ora pequena desvalorização. Na comparação entre trimestres de 2013 e 2012, o Real se desvalorizou 5,4% em relação à cesta de moedas de seus principais parceiros comerciais; no comparativo mensal (mar/13 frente a mar/12), a perda é de apenas 0,4%.
Devido a esse comportamento do câmbio e dos preços em dólares, os preços em reais (IAT-Agro/Cepea), que seguem tendência combinada de ambos, caíram 5% em março de 2013 com relação a março de 2012 e, na comparação trimestral, aproximadamente 3%.
No agregado de abril de 2012 a março de 2013, o volume exportado pelo agronegócio brasileiro (IVE-Agro/Cepea) aumentou mais de 10% comparativamente ao dos 12 meses anteriores. Os preços em dólares recebidos pelos exportadores do agronegócio, por outro lado, retraíram-se em quase 6% (IPE-Agro/Cepea). Já a taxa de câmbio efetiva real do agronegócio (IC-Agro/Cepea) desvalorizou quase 4%. Essa queda não foi suficiente para compensar a redução dos preços externos e, como consequência, a atratividade caiu 2,2% nesse período
Exportações por setor
No primeiro trimestre de 2013, quando comparado ao mesmo período de 2012, o milho foi o produto que apresentou maior crescimento nos embarques: 409%. Outros setores que também cresceram foram: o sucroalcooleiro (151% nos embarques do álcool e 68% nos embarques de açúcar); carne bovina (27,7%), café (10,5%); outras frutas (9%); laranja (suco mais fruta, 8%) e madeira (1%). O destaque negativo em termos de volume foi o complexo da soja, com redução de 34% nos embarques da soja em grão, de 38% no caso do farelo e de 49% no do óleo. As carnes de aves e suínos e celulose também apresentaram redução de volume exportado nesse período.
Vale destacar que a redução no embarque dos produtos do complexo da soja no primeiro trimestre de 2013 ocorreu principalmente devido a problemas logísticos e ao atendimento da demanda interna. No entanto, para o ano de 2013, espera-se que esse setor apresente aumento no volume exportado em relação a 2012, pois o Brasil, que deve superar os Estados Unidos neste ano e ficar com a primeira posição na produção mundial do grão, deve colher quase 23% a mais do que na temporada 2011/2012. A safra nacional de milho também deve ser maior, em torno de 9%, o que pode favorecer os embarques nos próximos meses.
Além da contribuição do aumento dos preços dos principais produtos exportados pelo agronegócio nacional, a desvalorização do Real em torno de 5% no primeiro trimestre de 2013 também ajudou na alta dos preços internalizados em reais (IAT-Agro/Cepea) do farelo de soja, da soja em grão, do óleo de soja, da carne de aves, carne de suínos, celulose, milho, madeira e da carne bovina nesse início de 2013.
CONCLUSÕES
Desde o ano 2000, o agronegócio brasileiro vem ganhando participação no comércio internacional, graças ao aumento contínuo do volume exportado, e também nas exportações totais brasileiras, das quais já representa quase 40%.
Os preços externos tiveram tendência predominante de crescimento do início da série (ano 2000) até meados de 2012. No segundo semestre do ano passado, recuaram, mas voltaram a se recuperar no início de 2013.
Paralelamente, o Real desvalorizou no início deste ano, mas não o foi suficiente para compensar a forte queda dos preços em dólares, o que impactou a atratividade das exportações do agronegócio nacional em 2013. Já em relação ao volume, houve crescimento no primeiro trimestre de 2013.
Na comparação dos primeiros trimestres de 2013 e 2012, registraram-se aumento de 19% no volume exportado, redução de 8% nos preços em dólares, desvalorização de 5% na taxa de câmbio efetiva real do agronegócio e queda de 3% na atratividade (IAT-Agro/Cepea) das exportações nacionais. Como resultado, o valor exportado, em dólar, cresceu 6% nesse período.
Destacaram-se pelo crescimento de volume embarcado o milho, o açúcar, álcool e café. Em termos de preços, apresentaram ganhos os produtos do complexo da soja, as carnes de aves e suínos e a celulose. Com a desvalorização da moeda nacional observada nesse início de ano, o cenário foi positivo em termos de atratividade para os produtos do complexo da soja, carnes de aves, suínos e bovina, celulose, milho e madeira. Os demais produtos, como açúcar, álcool, outras frutas (diferente de laranja), laranja (suco mais a fruta) e café apresentaram redução em atratividade e aumento no volume exportado nesse início de 2013.
Para os próximos meses, espera-se crescimento das quantidades exportadas, principalmente dos produtos da soja que sofreram com problemas logísticos nesse início de escoamento da safra brasileira. Quanto aos preços de exportação, há maiores incertezas. De um lado, a demanda por alimentos continua firme; do lado da oferta, 2013 deve ser um ano de boa safra nos principais países produtores, no entanto, o risco climático deve ser sempre considerado.
Outras informações sobre os índices de exportação do agronegócio calculados pelo Cepea podem ser obtidas com os autores deste relatório: prof. Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros- PHD, Professor titular USP/Esalq; coord. Científico Cepea/Esalq-USP e Andréia Adami Dra.e Pesquisadora do Cepea/Esalq-USP por meio do Laboratório de Informação do Centro: (19)-3429-8837 ou cepea@usp.br
Fonte:
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - ESALQ/USP / Imagem: MAPA
Data:
15/05/2013 15:56
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