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Economia brasileira cresce 0,6% no 1º trimestre, diz IBGE
A economia brasileira cresceu 0,6% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é exatamente igual ao do crescimento do quarto trimestre do ano passado. Em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB) alcançou R$ 1,11 trilhão.
O maior destaque foi a agropecuária, de acordo com o IBGE, com avanço de 9,7% - esse é o maior crescimento desde o segundo trimestre de 1998, quando a alta foi de 13,9%. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, a alta na agropecuária foi de 17% e, nesse caso, é taxa a mais alta desde o início da serie histórica, em 1996. O aumento nessa comparação pode ser explicado pelo bom desempenho de produtos que possuem safra relevante no primeiro trimestre e pelo crescimento na produtividade, salienta o IBGE, citando crescimento nas safras da soja (23,3%), milho (9,1%), fumo (5,7%) e arroz (5,1%).
Indústria cai 0,3%
A indústria, porém, caiu 0,3% sobre o trimestre imediatamente anterior. A queda da indústria foi puxada pela extrativa mineral, que registrou recuo de 2,1%, diz o IBGE. Os setores de construção civil e eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana registraram leve queda de 0,1%. A indústria de transformação, por sua vez, registrou aumento de 0,3%.
Serviços sobem
Os serviços cresceram 0,5% sobre o trimestre imediatamente anterior. O destaque é o crescimento das atividades de administração, saúde e educação pública, com alta de 0,8%, atividades imobiliárias e aluguel (crescimento de 0,7%), comércio (de 0,6%) e serviços de informação (de 0,3%).
Investimento cresce 4,6%
A formação bruta de capital fixo (taxa de investimento na produção) registrou alta de 4,6% no primeiro trimestre contra o quarto trimestre do ano anterior, o maior crescimento desde o primeiro trimestre de 2010, quando a alta foi de 4,7%. Com relação ao setor externo, as importações cresceram 6,3% e as exportações caíram 6,4%, diz o IBGE.
Poderia ter sido melhor
O resultado, no entanto, poderia ter sido melhor, se não fosse o custo e o desperdício que resultam da falta de infraestrutura do país. Segundo dados da consultoria Intelog, especializada no cálculo do custo logístico, entre 8,5% e 9% de tudo o que é produzido pelo agronegócio no país, ou seja, do PIB do setor, é gasto para cobrir os custos logísticos. Também por conta da infraestrutura ruim, o desperdício da safra de soja – com perdas da lavoura ao porto – fica entre 6% e 13% do que é colhido. "Esse custo vem crescendo ano a ano e comendo a produtividade brasileira. O país vem perdendo competitividade por absoluta questão logística", diz o diretor-presidente da Intelog, Paulo Manzel, em entrevista ao G1, que aponta crescimento do custo logístico entre 0,4% e 0,5% ao ano.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, afirmou, há pouco, que as altas no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no primeiro trimestre de 2013 - de 9,7% ante o quarto trimestre de 2012 e de 17% sobre igual período de 2012 - mostram que o setor sustenta a economia do País. "É preciso ver que o agro é o que segura o País. Infelizmente, a sociedade urbana ainda divide as coisas e não reconhece isso", disse Carvalho.
O presidente da Abag atribuiu a alta do PIB da agropecuária ao crescimento da safra de grãos para o recorde de produção em 2012/2013, em um cenário de preços remuneradores aos produtores das principais culturas do País. No entanto, Carvalho lembra que a alta produção expôs novamente os gargalos logísticos do País. "Quem acaba superando todas as dificuldades e dá base para seguir o País para frente é o setor que não é respeitado. É só ver o que acontece com a logística e as perdas que acontecem desde as fazendas", afirmou.
"Sem dúvida nenhuma, temos um potencial de produção agrícola grande que não se realiza por falta de infraestrutura", diz o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, em entrevista ao G1. Ele aponta o prejuízo à economia como razão para o lançamento dos programas de concessão do governo, que envolvem rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, que preveem investimentos de cerca de R$ 200 bilhões.
Fonte:
Da Redação com informações da Agência Estado e do portal G1
Data:
29/05/2013 12:10
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