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IGP-DI sobe e reforça cenário de alimentos mais caros

 
O salto dos itens agropecuários no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas (FGV), reforçou o cenário de que o preço dos alimentos no varejo vai ganhar fôlego ao longo deste mês.
 
Para economistas, o efeito do clima mais seco sobre os preços no varejo, que já apareceu nos produtos in natura, também vai pressionar outros itens com peso importante na alimentação e acelerar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março.
 
Em fevereiro, o IGP-DI chegou a superar as expectativas do mercado, ao acelerar para 0,85% ante 0,40% em janeiro.
 
Com peso de 60% no IGP-DI, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) avançou de 0,12% para 1% entre janeiro e o mês passado, puxado principalmente pelos produtos agrícolas, que deixaram uma deflação de 1,57% e tiveram aumento de 1,72%. A reversão já era esperada por Fabio Romão, da LCA Consultores, mas mesmo assim ficou um pouco acima de sua projeção de alta de 1,6%. "Inicialmente, a estiagem até ajudou a segurar os preços, mas como a seca se prolongou, gerou pressões que vão aparecer no varejo até abril", disse Romão.
 
Os impactos da falta de chuvas nas cotações do atacado foram observados não só nos itens in natura, que saíram de um recuo de 2,99% no IGP-DI do primeiro mês do ano para variação positiva de 7% na medição atual. A queda da soja diminuiu de 8,41% para 1,84% no período, enquanto o leite in natura recuou apenas 0,57%, após retração de 6,58% no mês anterior. Já os bovinos aceleraram de 1,32% para 2,28%. Os problemas climáticos também elevaram os preços do milho (2,33% para 4,47%) e do trigo (-2,56% para -0,26%).
 
A ascensão dos grãos já chegou aos preços de seus derivados no IPA. Após queda de 1,35% em janeiro, as rações para animais avançaram 1,07% em fevereiro. No mesmo período, o farelo de soja passou de baixa de 6,76% para deflação menor, de 3,19%, enquanto o óleo de soja em bruto, que caiu 7,95% na medição anterior, ficou estável. "Por enquanto, o impacto desses movimentos está no IPA, mas isso deve chegar ao consumidor em março. Os alimentos ao consumidor vão ficar mais caros", afirmou André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
 
Na passagem mensal, o Índice de Preços ao Consumidor - DI (IPC-DI), que representa 30% do indicador geral, cedeu de 0,99% para 0,66%, com perda de fôlego da parte de alimentação, que desacelerou de 0,93% para 0,82%. Romão, da LCA, estima que os alimentos no IPCA vão recuar de 0,84% para 0,41% no mesmo período, mas destaca que o alívio não vai durar.
 
Depois de conhecer os resultados do IGP-DI, a LCA revisou ligeiramente, de 0,73% para 0,75%, sua estimativa para o aumento do IPCA deste mês. A mudança ocorreu devido à taxa maior esperada para o grupo alimentação e bebidas, previsão que subiu de 0,9% para 1%.
 
Segundo Romão, a alta das carnes bovinas vai se intensificar no varejo ao longo de março, devido às pastagens mais secas, que encarecem o custo de produção. O leite, diz ele, também deve voltar ao campo positivo, embora em aceleração mais lenta, após quatro meses seguidos de deflação ao consumidor, enquanto os itens in natura vão se manter pressionados.


Fonte: Valor Econômico
Data: 11/03/2014 14:50



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