Foi assinado ontem com o Zimbábue o primeiro contrato comercial do Mais Alimentos Internacional, braço voltado a negócios no exterior do programa do governo federal que financia investimentos na modernização de propriedades de agricultores familiares.
O contrato entre as empresas brasileiras e o governo do Zimbábue foi da ordem de US$ 35 milhões (R$ 72 milhões), de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A assinatura do contrato ocorreu durante a abertura da 21ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), em Ribeirão Preto, no interior paulista.
De acordo com o MDA, em cinco anos o programa Mais Alimentos foi responsável, em nível nacional, por mais de 500 mil contratos realizados com quase 500 indústrias de máquinas.
O Mais Alimentos Internacional teve suas regras remodeladas no ano passado a fim de agilizar o processo. O programa tinha sido lançado oficialmente em dezembro de 2012. Com as mudanças, o país interessado em participar do programa poderá importar máquinas agrícolas e negociar diretamente com a empresa exportadora, disse ao Valor, em dezembro do ano passado, Marco Antonio Viana Leite, coordenador do Mais Alimentos.
Antes, a ideia era que o Ministério do Desenvolvimento Agrário e as empresas definiriam em conjunto quais companhias poderiam efetuar a venda e os preços que seriam praticados. Agora, as empresas poderão inclusive exportar diretamente, sem a intermediação de uma trading.
Um banco sediado no país que participar do programa deverá emitir uma carta de crédito para o exportador brasileiro com o valor das máquinas que serão embarcadas - e o Banco do Brasil pagará diretamente aos fornecedores brasileiros. O BB é o operador do Proex, que financia o Mais Alimentos Internacional.
No fim do ano passado, Zimbábue e Cuba já estavam em negociações para acertar suas primeiras compras. Senegal, Moçambique, Gana e Quênia também mostraram interesse em participar do programa.